Tinha muito pra te dizer
palavras, poemas e afins…
Mas não deixam acontecer,
porque tem isto de ser assim?
Minha encantada menina
boa tarde como vais
mostra-me teu ar de graça
não faças caso de teus pais!
Trago em mim mil pensamentos,
onde só nos dois podemos caber
Mas teu pai anda astuto e atento
a tudo o que faço somente pra te ver…
Cada vez que contigo me cruzo
é um sol que abrasa meu dia,
tenho sorte, por isso tantas vezes abuso
muito além do que o teu pai desejaria…
Já levei uma ou outra tarei
de teus estimados irmãos.
Uma vez pedi para me darem só meia
pensando que tomariam a razão
mas deram-me um enxerto de porrada
fiquei mais espremido que um limão!
Gostava de ser seu amigo
bem sabes disso minha querida…
Mas caiem-se de veras comigo
ficou-me o corpo em chaga e ferida!
Indecentes e malfeitores
de todos os nomes lhe chamei…
Não esqueço já mais as dores
das porradas que por ti levei!
Intolerantes irmãos os teus,
não consente nosso amor
resta-me rogar somente a Deus
pra que acalme minha dor!
Tua mãe coitadinha
ainda lhe fui lá falar
ela foi até meiguinha
mas não à consegui voltar.
Já tinha até pensado
no dia do nosso casamento,
mas foi me tudo trocado
estou pra aqui num sofrimento!
Parecia-me tudo a jeito,
até tinha já fatiota
sapatos e chapéu preto
diz lá se não ia janota!
Mas teu pai assim não quis
e teus irmãos não colaboraram
partiram-me até o nariz
com os murros que me aventaram…
Pede a Deus e a santinha
para depressa nos casar…
Desgraçada sorte a minha,
ter nascido para te amar.
Preferem ver-te sozinha
num pranto a soluçar,
do que seres tu minha rainha
quando tenho tanto pra te dar.
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