Aquilo que não queres deixar de ler...

Aquilo que te não digo!

Tal como a noite encobre o dia, também o medo encobre aquilo que por vezes sentimos, aquilo que tantas vezes pensamos dizer e por tantas ...

quarta-feira, junho 06, 2018

Aquilo que te não digo!

Tal como a noite encobre o dia, também o medo encobre aquilo que por vezes sentimos, aquilo que tantas vezes pensamos dizer e por tantas e variadas razões deixamos por dizer. 
Ter a capacidade de ser assertivo na nossa comunicação é sem duvida um dom, um dom que nem sempre conseguimos dominar, sem o qual a nossa autoexpressão se anula deixando de manifestar aquilo que sentimos ou pensamos.

Da comunicação vive em suma as nossas relações, da capacidade de transmitirmos ao outro aquilo que pensamos ou sentimos!
Na nossa vida, na rotina quase desgastada que levamos, pensamos ser já donos das palavras, senhores capazes de dizer tudo sem medos e de forma livre, mas o problema esta claro quando a vida se agita, quando o coração estremece e se rasga num querer de algo e tenta como que gritar... Ai as palavras tornam-se poucas, ou mesmo inexistentes para dizer aquilo que nos vai na alma, mesmo que a alma essa saiba bem aquilo que quer dizer!

Então qual poderá ser a forma para não deixar nada por dizer na nossa vida?
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Poderemos dizer que o coração, esse motor do nosso ser, e tantas vezes atraiçoado. Atraiçoado pelo frio miudinho, pelo tremer de um medo inconstante da certeza daquilo que o preenche, quem diria? Quem diria que aquilo que preenche o coração o tornaria tão amedrontado...
Eu por mim que agora escrevo, digo já conhecer tão bem esta realidade, a realidade de um coração que quer falar, expressar aquilo que sente ou pensa, um coração que se aperta e retrai por aquilo que  não digo!

Telmo Ferreirinho Seco 

domingo, janeiro 28, 2018

Reencontro com o Pai...


  O poder do reencontro com o Pai pelo coração maternal
de Maria...


Vós o Deus sabeis a alegria que trago no meu coração!
Nada há que imprima em mim sentimentos tão sublimes como o reencontro, aquele reencontro com a fonte de onde emana uma luz imensa que guia os meus passos. Dizia São João da Cruz "que bem que eu conheço a fonte que emama, mesmo de noite".
Quantos dos nossos dias não são noite escura, dias sombrios onde falta a clareza da certeza, a força do discernimento para tomar o rumo a seguir?...
Qual o filho que na turbulência não busca o colo, o amparo de sua mãe? Assim também o deve, e é conosco nosso quotidiano, também aqui existe a necessidade de uma busca, desse encontro com a fonte de onde emana a força a luz para o nosso viver. 
O reencontro com a mãe de Deus, Maria Santíssima através da sua sublime mensagem deixada na Cova da Iria, é um encontro de mãe que nos conduz ao perdão, a conversão, ao diálogo com o Deus que é amor, que é Pai!
É preciso declinar o ouvido do nosso coração a escuta do apelo de Maria, é preciso saber agir como ela, saber estar atento, vigilante, no silêncio encontrar a sua voz, assim como ela soube no silêncio soube escutar e acolher os desígnios que Deus lhe concedeu...
Na nossa peregrinação terrena neste mundo há que saber dar lugar a este encontro, a que saber ir ao encontro com a fonte de onde nos vem a luz para a o nosso caminho.
E preciso além de estar atento, saber deixar o que é supérfluo, deixar as amarras que nos prendem a tanto que a nada nos conduzirá... É tempo de ir em busca, sim é sempre tempo de ir ao encontro da Mãe... 
É tempo de perguntarmos a nós próprios o que afinal nos amarra nesta peregrinação? É tempo de abrir o coração ao apelo constante e renovado que o Senhor Nosso Deus nós faz... 
Que ao encontrarmos com a Mãe possamos revestir-nos da humilde de filhos amados que somos, predispostos a escutar a ir ao encontro do Pai... 
Que em tudo que vivemos nesta peregrinação terrena, saibamos construir o caminho que nos conduzirá na peregrinação eterna que o Pai tem preparada para nós na Sua Misericórdia...

Telmo Ferreirinho Seco

domingo, outubro 29, 2017

Morte, escola para a vida!


Estamos em véspera de mais um dia de finados, dia da comemoração de todos fiéis defuntos, dia em que a Igreja coloca como aquele em que recordamos e fazemos memória de todos aqueles que que nos antecederam na vida.
O dia de finados dirige quase que obrigatoriamente a nossa mente para todos aqueles que de uma ou de outra forma fizeram ou marcaram parte das nossas vidas. Este dia faz como a própria designação o diz, memória de todos aqueles que já partiram deste mundo terreno, todos sem excepções… Na morte todos somos iguais, a ela todos somos invencíveis, nela todos tomamos parte deixando para trás as diferenças “ocasionais” que marcaram a vida.
Pela morte conhecemos o imenso vazio que com tanta facilidade tornamos as nossas vidas…
Na morte conhecemos e aprendemos o valor inestimável da vida! A morte ensina-nos tanto da vida! Tanto, que uma vida mesmo que longa tem dificuldade em nos educar…
Por vezes somente em momentos provocados pela dor da partida de alguém, nos consciencializamos da verdadeira essência que é de verdade a vida. Somente aí, olhando para o vazio que vidas por vezes tão grandes e tão cheias nos deixam após a morte, percebemos por fim que todas as lutas, as dificuldades com que nos deparamos, as guerras que travamos, os entrechos com que tomamos as nossas vidas não detêm nada absolutamente nada de verdadeiramente essencial!
A morte pressupõe por si só o final de uma etapa, o final do ciclo que é a vida, mas e se a morte tomasse lugar logo a nascença? Se aí todo o ser humano já experiente da vida se tornasse professor de cada ser humano que nasce, e a este lhe transmitisse a necessidade emergente que há em viver a vida morto, morto para tudo aquilo que a morte nos ensina ser puramente desnecessário!
Quantas não são as vezes que já nos defrontamos com estas questões? Quantas e não poucas foram já as vezes que vimos partir alguém querido nas mais diversificadas situações, quantas e não poucas já as vezes que de nós se arrancaram tristezas imensas que nunca pensaríamos serem possíveis de se sedimentar no nosso coração? Quantas e não poucas dessas tristezas nos levaram já a pensar e olhar o vazio com que levamos as nossas vidas, a pensar em tanto e tanto daquilo que em desejo imenso de tornar a nossa vida melhor, perdemos sem nos darmos conta o melhor que já por si só possuímos, o melhor que é a vida!

E tempo! Sim ainda é tempo, de olhar a vida com outros olhos, de fecharmos o nosso coração a indiferença de tantos e tantas que sofrem ao nosso lado, as injustiças que deixamos acontecer a nossa volta, das lutas que em vão alimentamos, as esperanças vãs e sem sentido que damos as nossas vidas, a tanto e tanto que de verdade sabemos ser o desperdício daquilo que de melhor possuímos, que é tão somente a nossa própria vida!
Telmo Ferreirinho Seco

quinta-feira, outubro 19, 2017

Um tanto que a vida é!

A vida! A vida é tanto que já mais conheceremos na totalidade aquilo que é! Mas de tanto, tanto que queremos de verdade saber aquilo que a vida é, perdemos enfim sem nos darmos conta aquele pouco que conhecemos e sabemos ser a vida!

Este é sem duvida um paradoxo, onde a existência humana se perde e tardiamente se torna a reencontrar…
Nascemos num desconhecido, para um desconhecido ainda maior, e sem nos darmos conta vivemos e morremos para um desconhecido ainda maior que é aquilo que somos de verdade!
Temos tão poucas oportunidades, tão poucas, mas suficientes oportunidades para descobrirmos de verdade o desconhecido tesouro que é a nossa vida!

Iniciamos a nossa vida à descoberta, à descoberta do que é a vida…
Mas será que de verdade procuramos conhecer a essência da vida?
Pelos sentidos aprendemos a olhar o mundo, a sentir as coisas desse mundo, a ouvir esse mundo, a cheirar e tomar o gosto desse mesmo mundo, enfim imersos nesse mundo, julgamo-nos erradamente preparado para um crescimento benigno onde a descoberta não cabe mais.

E assim enfim, crescemos, vivemos pobres e fracos naquilo que somos! Pobres porque desse mundo somos desconhecedores da verdade, e fracos porque não ousamos aventurarmos na verdadeira descoberta da essência daquilo que é verdadeiramente a vida…

Vivemos iludidos num mundo de ilusão, onde pouco ou nada deixamos caber, onde pouco ou nada ousamos ter a ousadia de viver verdadeiramente com perfeita totalidade…

Tudo isto porque nos iniciamos na vida sem a ligação a vida! Digamos em linguagem perceptível, somos como que lâmpada num bonito candelabro que sem ignição a fonte de energia não passará disso mesmo, lâmpada num bonito candelabro escura como a noite!

É emergente, emergente que possamos reconhecer a fonte de energia das nossas vidas, e ligarmo-nos a ela, para que possamos deixar as nossas vidas brilhar! É emergente tomarmos a ousadia de descobrir o sentido único das nossas vidas, e assim unidos a Ele vivermos tão somente a vida, despreocupados e desprendidos numa ânsia de querer descobrir tudo na vida, esquecendo-nos de que a vida já é TANTO!

sábado, maio 20, 2017

...Um oásis que é a nossa vida!

A nossa vida não é se não um oásis, num deserto obscurecido pela emergência do querer viver muito além do aqui e agora!
As nossas vidas são lugares de beleza! Em beleza, e pela beleza somos criados! Que nos falta afinal para sabermos viver em beleza?
Não é de estranhar a nenhum de nós, que queiramos viver plenamente realizados e satisfeitos com a vida, isto aliás é mais que compreensível e aceitável a qualquer comum dos mortais. O problema está sim na forma como levamos as nossas vidas, absorvidos, focados com aquilo que seremos, que teremos, que alcançaremos, no amanhã, e não damos conta que estamos assim a perder a beleza do aqui e agora! É emergente, sim é emergente, declinar-nos atentamente sobre os rumos que as nossas vidas estão a tomar na sociedade de hoje, é emergente que nós nos demos conta da emergência que há, em olhar com profundidade para os caminhos que estamos a trilhar. É emergente quebrarmos as barreiras que nos prendem nestas trincheiras a que chamamos vidas, e depois de quebradas e conscientes de que é nessa liberdade que habita o verdadeiro oásis que é de verdade a nossa vida, possamos enfim saber tomar o trilho, nem sempre é certo o mais aprazível, e tomarmos a ousadia de ir em busca desses lugares de beleza que são as nossas vidas! O papa Francisco dizia-nos há tempos que há que saber fazer das nossas vidas lugares de beleza! Pois bem, é isto mesmo, tão simples e tão fácil de alcançar mas tão difícil quanto a vontade que temos deste querer! A sociedade de hoje vai forjando-nos sem que se quer demos conta disso, vai moldando-nos ao seu jeito cada vez mais salgado e ressequido, tornando-nos sem que tenhamos sequer dito que sim a isso, terra fatigante e infecunda onde já mais poderá germinar a verdadeira beleza que é a nossa vida!
Ah como é emergente, emergente redescobrir este oásis que é a nossa vida, reconhecermos de uma vez que poderemos viver somente o aqui e agora, na certeza de que “ainda que eu passe por vales tenebrosos, nada temo, porque Tu, Senhor estás comigo!”

Somos homens de pouca fé! Homens saídos de uma forja, onde o aqui e agora, nada mais é que um estado de passagem para o que seremos amanhã…Homens que vivendo o aqui e agora focados nesse amanhã que poderá nem existir, perdem a verdadeira beleza das suas vidas no aqui e agora!...Mas e afinal, que nos é mais preciso ver para crer, que a vida não é mais que um oásis num deserto, onde é preciso tão pouco, mas tão pouco para o tornar um verdadeiro lugar de beleza…

Telmo Ferreirinho Seco
20/05/017
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