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domingo, outubro 29, 2017

Morte, escola para a vida!


Estamos em véspera de mais um dia de finados, dia da comemoração de todos fiéis defuntos, dia em que a Igreja coloca como aquele em que recordamos e fazemos memória de todos aqueles que que nos antecederam na vida.
O dia de finados dirige quase que obrigatoriamente a nossa mente para todos aqueles que de uma ou de outra forma fizeram ou marcaram parte das nossas vidas. Este dia faz como a própria designação o diz, memória de todos aqueles que já partiram deste mundo terreno, todos sem excepções… Na morte todos somos iguais, a ela todos somos invencíveis, nela todos tomamos parte deixando para trás as diferenças “ocasionais” que marcaram a vida.
Pela morte conhecemos o imenso vazio que com tanta facilidade tornamos as nossas vidas…
Na morte conhecemos e aprendemos o valor inestimável da vida! A morte ensina-nos tanto da vida! Tanto, que uma vida mesmo que longa tem dificuldade em nos educar…
Por vezes somente em momentos provocados pela dor da partida de alguém, nos consciencializamos da verdadeira essência que é de verdade a vida. Somente aí, olhando para o vazio que vidas por vezes tão grandes e tão cheias nos deixam após a morte, percebemos por fim que todas as lutas, as dificuldades com que nos deparamos, as guerras que travamos, os entrechos com que tomamos as nossas vidas não detêm nada absolutamente nada de verdadeiramente essencial!
A morte pressupõe por si só o final de uma etapa, o final do ciclo que é a vida, mas e se a morte tomasse lugar logo a nascença? Se aí todo o ser humano já experiente da vida se tornasse professor de cada ser humano que nasce, e a este lhe transmitisse a necessidade emergente que há em viver a vida morto, morto para tudo aquilo que a morte nos ensina ser puramente desnecessário!
Quantas não são as vezes que já nos defrontamos com estas questões? Quantas e não poucas foram já as vezes que vimos partir alguém querido nas mais diversificadas situações, quantas e não poucas já as vezes que de nós se arrancaram tristezas imensas que nunca pensaríamos serem possíveis de se sedimentar no nosso coração? Quantas e não poucas dessas tristezas nos levaram já a pensar e olhar o vazio com que levamos as nossas vidas, a pensar em tanto e tanto daquilo que em desejo imenso de tornar a nossa vida melhor, perdemos sem nos darmos conta o melhor que já por si só possuímos, o melhor que é a vida!

E tempo! Sim ainda é tempo, de olhar a vida com outros olhos, de fecharmos o nosso coração a indiferença de tantos e tantas que sofrem ao nosso lado, as injustiças que deixamos acontecer a nossa volta, das lutas que em vão alimentamos, as esperanças vãs e sem sentido que damos as nossas vidas, a tanto e tanto que de verdade sabemos ser o desperdício daquilo que de melhor possuímos, que é tão somente a nossa própria vida!
Telmo Ferreirinho Seco

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