Quantas foram as vezes? Quantas as oportunidades dadas? Quantas
as dores consentidas e caladas, que o meu coração abafou? Mas chegou a hora, o
dia, o momento em que não consigo abafar mais neste meu pequeno coração. Tu sabes
disso, tenho pra mim essa convicção, de que o sabes, e me compreendes…
Só queria ser eu e tu, de uma forma idêntica a tantos outros
na nossa condição!
Mas teimastes, teimas em que isso não aconteça, porquê? Pergunto-me
constantemente, mas não encontro a resposta. Não consigo compreender a distância
que nos separa, parece um campo árido seco sem fim…
Ainda guardo, sim apesar daquilo que muitos julgam, guardo
ainda com alguma docilidade aqueles momentos imortais que tu e eu partilhamos. Aqueles
outros só nossos, onde me sentava junto a ti, quando do teu jeito me contavas
aquelas histórias sem começo nem fim, histórias essas que hoje já parecem ser a
nossa.
Meu coração ainda estremece de amor ao recordar aquele final
de tarde em que chegaste, vindo de longe, depois de uma ausência tão profunda e
sentida, em que eu criança carregada de saudade, transpus todas aquelas
barreiras que me separavam de ti, para apenas me recolher no teu abraço.
Este ontem não é mais o hoje, o hoje que agora vivemos não tem
cor, dele no futuro não haverá memória. Somente em mim a memória da dor que
agora passo, do coração rasgado de sofrimento que suporto em mim, as lagrimas sangradas desta dor infinda…
Trago meus lábios serrados pela dor do coração, as palavras
que te não digo, as que calo em mim talvez sem razão… somente Deus saberá qual
de nos à terá, ou se somos invariavelmente teimosos que provável seja que
nenhum de nos à possua.
Gostaria que a nossa história fosse outra, fosse como a de
muitos outros, não teria de ser daqueles outros melhores exemplos que
conhecemos por ai, mas apenas que melhor fosse!
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