...Politiquice!

Andam fartos e tiranos

De olhar frouxo e caído 

Vadios como ciganos 
E já bem pouco enobrecidos
Brincam aos desenganos 
Atiram sortes ao vento 
E assim passam dias passam anos 
Sem darem um só alento!

Recurvando quem anseia 
O nascer de cada dia. 
Abrem portas a cadeia
Desta pobre capitania 
E sem medo ao paroxismo 
E sem outra qualquer valia 
Atiram ao fundo abismo 
Com uma vontade generosa 
Quem já sem força e vigor 
Tenta manter viçosa 
Esta vida em flor 
Que se fosse ao caso rosa 
Teria brilho e cor 
E em cada pétala mimosa 
A vontade de viver
Unido em amor!

Tiranos por justiça 
De justa cruz assim o são 
Que embora muita cobiça 
Não largam o seu tachão!
Gritam de viva voz 
Que dão a alma e coração
Que nunca deixaram sós 
O povo desta nação…

Mas chegados à verdade 
Içam alto sua bandeira 
e sem qualquer lealdade 
e de uma qualquer maneira
Arrumam com brutidade 
Os que lhes deram a cadeira!

Povo meu por quem votas?
Por quem te quer enganar?
Porque de entre tanta revolta
Não nasce alguém para te ajudar!
Porque tanta austeridade?
Porque contínua o cinto a apertar?
Não é já grande o penar?
Dos homens de qualquer idade?
Será que todos querem mudar,
O rumo deste País?
Ou apenas na rua gritar!
O que todos calam e ninguém diz?

14/07/2014